terça-feira, 23 de setembro de 2014

Formatar…


Menosprezar quem é criativo e inovador…


Dar notas altas a quem é metódico e plagia pensamentos…


Gastar todos os recursos a quem se proclama coitadinho…

E que fazer para “desformatar”?



Fácil… continuar a comer chocolate preto com malagueta!

domingo, 8 de junho de 2014

point of view

"Jesse Pinkman: You know, I don't get it. Why would anyone paint a picture of a door, over and over again, like, dozens of times?
Jane Margolis: But it wasn't the same.
JP: Yeah, it was.
JM: It was the same subject, but it was different every time. The light was different, her mood was different. She saw something new every time she painted it.
JP: And that's not psycho to you?
JM: Well, then why should we do anything more than once? Should I just smoke this one cigarette? Maybe we should only have sex once, if it's the same thing.
JP: ...no.
JM: Should we just watch one sunset? Or live just one day? Because it's new every time. Each time is a different experience.
JP: Okay, fine. I guess the cow skull pictures were cool, but a door? I will say it again. A door.
JM: Why not a door? Sometimes you get fixated on something, and you might not even get why. You open yourself up and go with the flow, wherever the universe takes you.
JP: Okay, so the universe took her to a door. And she got all obesessed with it, and just had to paint it 20 times until it was perfect.
JM: No. I wouldn't say that. Nothing's perfect.
JP: Yeah? Well, I mean,  - looking to her - some things.
JM: Aww, that was so sweet, I think I threw up in my mouth a little bit.
JP: You can't admit, just for once, that I'm right. Come on. That O'Keeffe lady kept trying over and over until that stupid door was perfect.

JM: No. That door was her home and she loved it. To me, that's about making that feeling last."

in  ,S3E11 Breaking Bad

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Um dia conheci um sapo!...

- Em todos estes anos e só conheceste um sapo? Sorte a tua!
- Sim, só conheci um sapo…
- Estás mesmo a falar a sério?
- Claro, apenas um sapo!....  Todos os outros foram príncipes!
- Príncipes?
- Sim, príncipes... e com a minha rebeldia, ou outra qualquer qualidade arraigada a mim, se transformaram em sapos!
- Agora é que não estou a atingir… eram príncipes e transformaram-se em sapos?????
- Sim, em sapos!
- Mas como tal é possível? Como não deste conta?
- Como não dei conta da transformação? Ah isso é muito fácil de explicar: Tenho graves problemas oftalmológicos… graves…muito graves… enquanto príncipes, só vejo estrelinhas e borboletas… estrelinhas e borboletas… ofuscando-me a aperceção!
[pausa]
E depois de transformados em sapos não há nada que se possa fazer… voltam a saltar, a saltar e a saltar… e não vale a amofinação de os tentar apanhar…
- Mas dizias tu que tinhas conhecido um sapo….
- Sim! Conheci um sapo …. Mas lamento informar-te que não se transformou em príncipe!
- Oooooh o teu beijo não foi mágico?
- Beijo? Oh jeitosa, só nas fábulas é que a partir de um beijo os sapos se transformam em príncipes! É preciso muito mais do que isso… muito mais!!!! E, honestamente, eu não tenho jeitinho nenhum para tal cuidado….
[pausa]
Sabes, o sapo que conheci já outrora fora príncipe! E estava com vontade de saltar… e quando lhe fui a dar o beijo … foi com tanta voracidade que o engoli!
- E agora?
- E agora?! Está tranquila que não o vou vomitar! Teria que o lavar… colocar de molho e esperar as nódoas saírem… voltar a lavar… perfumar… Não tenho jeito nem paciência para tal azáfama!
 Prefiro esbarrar-me contra um novo príncipe ou esperar, que por engano, um outro sapo me caia no colo!
- O que queres mesmo beber?

- Um Dry Martini! 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Um olá é mais fácil noutras línguas!



Hoje é um dia solarengo… um daqueles dias que temos que aproveitar sem arrependimentos… saí de casa… sem saber onde o destino me levava… entrei num campo inexplorado até então por mim.
As ervas eram verdes… as flores de todas as cores… o perfume penetrava todos os poros da minha pele e causava-me a melhor das sensações!

O caminhar transformou-se em dança, a dança em cambalhotas, como se ainda fosse criança, e de estafa adormeci …
Passados uns minutos acordo com a impressão de estar a ser observada… olho para a esquerda e deparo-me com a mais bela das flores, um Girassol!
Um Girassol, um Girassol … exclamei repetidamente! Estava deslumbrada… era um Girassol!
Um Girassol cuja beleza ocultava o perfume de todas as outras flores! Um Girassol pequeno mas perfeito!  Um Girassol que jurava que sorria para mim!
Sem dúvida o Girassol mais belo que alguma vez vi… o amarelo era imperial e o verde sumptuoso…
Acreditando que o Girassol era responsável pelo meu súbito despertar disse-lhe, e sem hesitar, OLÁ!
Radiante por ter ultrapassado o meu mais tenebroso medo ostentei um gracioso sorriso!
Admirei-o por momentos e confesso que tive vontade de colher o Girassol … para o levar para casa, no final do dia! Mas não fui capaz de cometer tal atrocidade!
Prometi, sem o consultar, que o contemplaria todos os dias… até ao fim… até se decidir a mudar de campo!

No dia seguinte acordei a cantarolar uma melodia que nem me recordo… daquelas que nem sabemos bem porquê mas não nos saem da cabeça quando estamos felizes!
Corri para o campo ao encontro do Girassol... sentei-me de novo à sua direita… no mesmo local que no dia anterior… mas o Girassol não olhava mais para mim… que se passou?
Uma infinidade de explicações apoderou a minha mente… não percebo…Ter-se-á assustado com o “OLÁ” tão determinado? Não terá gostado da minha contemplação?  Terá sido por lhe dizer que apenas de um momento se tratara? Mas isso leva-o a não aceitar mais a minha afeição? Que nervos… porque não somos lineares?…
Subitamente os raios de Sol iluminam o meu rosto… mesmo sem esperança, olho para a esquerda... e o Girassol sorriu de novo para mim… foi então que me apercebi que não foi o Girassol que me acordou… pois este tão belo ser vivo segue a trajetória do Sol, do nascente ao poente!

Dei-lhe um beijo e serenamente disse-lhe: arrivederci!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Retiro a Hattori Hanzo das minhas costas.



A minha vontade é cobrir o meu corpo de semicolcheias que traduzam toda a música que sinto por ti.
Tenho em mim todos os sons que desconheces e a minha vontade é que os alcances!

A minha vontade é preencher-te de allegrettos que de piano passam a forte e de forte saltam para piano… o meio-forte, força disciplinada e volume regular, é uma intensidade demasiada moderada para quem subitamente decide arremessar a catana.

Tenho vontade que sintas todos os acordes que o meu corpo respira por ti e cujo único meio-tom permitido é o sustenido.
Esgotei o último bemol … não há motivos para atenuar a minha canção.

A minha vontade é que conheças todos os pentagramas que compõem a mais pura sinfonia que alguma vez escrevi… esta pertence exclusivamente a ti!
O pentagrama que se inicia com a clave de Sol, aquele que todos conseguem ler, já não faz parte da minha vontade!

A minha vontade é que recebas com a mesma veemência a partitura que tenho para te oferecer...

Vem até mim… procura-me… deixa-me mostrar toda a minha melodia…

sábado, 2 de março de 2013

O ferimento é profundo mas não é letal!



A noite instalou-se!

Está frio e escuro.

A estrela tenta a todo o custo cintilar mas a chuva meticulosa ofusca-lhe o brilho… a estrela está cansada!
A estrela renuncia lutar…  é o reverso do que alguma vez foi,  é o abraço que lhe foi surripiado… e quase se deixa levar…

Repentinamente a estrela rememora o dia, o fulgor do dia, o calor do Sol… e de mão dada às estrelas que brilham intensamente… resiste!

A inocência, a alegria, a vontade de sorrir novamente invadem a estrela e esta recarrega o brilho como quem ganha vôo.

Contagiada pela alacridade a estrela acorda!
A estrela adquire o brilho necessário e suficiente para enfrentar mais um crepúsculo nublado... mas... acredita ingenuamente que a próxima noite é de lua cheia! :)

sábado, 22 de dezembro de 2012

“It cuts like a knife but it feels so right.”


Sim, desta vez estava mesmo decidida a aprender a pilotar o avião!
Queria voar… entregar-me sem medos, anseios e exigências… aproveitar ao máximo os momentos de autenticidade…
E a existência destes momentos é real? Talvez… mas é-me impossível vivenciá-los de forma plena visto continuar com a Hattori Hanzo colocada às costas!!!!

Hattori Hanzo…
Como é possível estar de tal forma habituada ao peso desta catana? Acreditei mesmo que a tinha arremessado para o fundo do armário… mas não…apenas a pousei algumas vezes e por alguns breves momentos…  e a intenção não é suficiente…
Não percebo a minha relutância em abandoná-la de vez. Será a culpa exclusivamente minha? É sim… tenho os factos diante de mim e mesmo assim faço as minhas escolhas… é pesada e já não a sinto… não me torna autêntica e não a abandono…

Escolhas... as minhas escolhas… minhas… apenas minhas? Sim, sim e sim! Sempre que sou confrontada com uma bifurcação cabe-me a mim e, apenas a mim, escolher o caminho da direita, o da esquerda ou simplesmente não seguir em frente… parar!
Tenho plena responsabilidade pelos meus actos, acabaram-se as desculpas! Assim, ou largo de vez este instrumento de defesa que apenas me alegra a personalidade mas não me faz falta à alma ou desisto para sempre de aprender a pilotar o avião!

E o que é que eu quero? Sim, o que é que eu pretendo? Importa?
Talvez sim… ou talvez não… sinceramente, não sei!
E onde foi parar a persistência? Já não serei teimosa?

Sim, sou teimosa! Sim, os teimosos não desistem! E sim, vou continuar a fazer as minhas escolhas de forma genuína mesmo que nunca consiga encontrar Roma.
E porquê? Porque para além de ser teimosa tenho o direito de escolher!